Caio Julio César

 

CaioJúlio César (100 a.C. - 44 a.C.) 

Ao lado de Cícero, Júlio César é considerado pelos críticos como mestre da prosa latina clássica. Nascido em Roma, desde pequeno, recebeu instrução cuidada e, um pouco mais tarde, estudou oratória na escola de Rodes. Depois de filiar-se ao partido democrático, chegou ao consulado no ano de 59. No ano seguinte assumiu o proconsulado da Gália transalpina e cisalpina. César revela então seu gênio militar, aumentando ainda mais o Império Romano até a Grã-Bretanha e até o Reno. 

Quando Pompeu obteve do Senado o decreto que destituía César do comando da Gália, este atravessou o rio Rúbicon à frente de suas legiões e, em dois meses, assenhoreou-se de toda a Itália.

Essa vitória, aliada a outras (derrota de Pompeu e Farsalia, derrotas dos generais de Pompeu em Tapso e Munda), fez César tornar-se "Imperador" e "profectus morum", exercendo o poder quase absoluto. César sempre foi clemente com seus adversários e governou visualizando o interesse geral, introduzindo desde cedo numerosas reformas.

Graças a essas reformas, Júlio César conquistou enorme apoio popular. Em compensação, os ricos (aristocratas e patrícios) sentiram-se prejudicados em seus privilégios e começaram a conspirar. O centro dessa conspiração era o Senado, controlado pelos patrícios.

No dia 15 de março de 44 a.C., quando Júlio César entrava no Senado, os conspiradores o envolveram armados de punhais. De início, ele tentou defender-se. Quando, porém, percebeu que entre os conspiradores se achava Bruto - quase um filho adotivo - , o choque foi tão grande que não resistiu e murmurou a célebre frase: Tu quoque Brutus!, que quer dizer "Até você Bruto!" -, caindo atravessado pelos punhais.
Busto de César


O assassinato de Júlio César provocou uma verdadeira revolta popular. Os conspiradores foram derrotados, formando-se um Segundo Triunvirato, composto por Marco Antonio, Otávio e Lépido. Na luta que se seguiu, Lépido foi afastado e Otávio venceu Marco Antonio, concentrando em suas mãos todo o poder (30 a.C.)
O status literário de César deriva das histórias que narram suas campanhas: Commentarii de Bello Gallico (história da conquista das Galias) e Commentarii de Bello Civili (história das lutas contra Pompeu e seus aliados). Essas obras possuem linguagem pura e estilo conciso.

As outras obras escritas por César são:
- Anticatão (resposta ao elogio de Catão de Útica, publicada por Cícero;
- De Analogia, tratado gramatical dedicado a Cícero;
- Discursos. Na opinião de Tácito essa obra se mostra a altura dos maiores oradores;
- Édipo - uma tragédia;
- Laudes Herculis - coleção de poemas.

Da correspondência de César restam algumas cartas conservadas na correspondência de Cícero.