aranhas

Nós e as Aranhas

1. Aracnofobia

2. Mitos e lendas

3. Histórias na internet

4. Aranhas das nossas casas

5. Venenos e efeitos no Homem

As aranhas muito raramente são agressivas para com um ser humano. A grande maioria das picadas em pessoas resultam de contactos acidentais como, por exemplo, algum macho a deambular em busca de fêmea e que possa entrar nas nossas casas. Por vezes, mesmo a dormir, podemos apertar alguma pequena aranha que se possa estar a deslocar durante a noite. Esta é uma situação mais comum do que a maioria das pessoas suspeita. Mesmo as espécies com venenos fortes são, frequentemente, relutantes em usá-los como defesa. São relativamente poucas as espécies capazes de provocar efeitos graves em seres humanos. A maioria das espécies potencialmente perigosas não existem em Portugal. Quando falamos sobre quais espécies são mais "venenosas" devemos ter presente, logo à partida, que os venenos e os seus efeitos não são comparáveis. Existem diversos tipos de substâncias que actuam de formas totalmente diferentes e cada veneno é uma mistura de substências sendo por isso muito difícil dizer qual é mais potente ou mais forte que outro.

6. Aranhas como animais de estimação

Por tudo quanto já foi aqui falado, podemos afirmar que as aranhas são um animal a que poucos seres humanos ficam indiferentes. Em muitas pessoas causam mesmo fascinação e, principalmente nos últimos anos, a aracnofilia (o gosto e a manutenção e criação de aranhas em cativeiro) tem aumentado consideravelmente.
Esta é uma actividade que deve ser encarada e praticada com algumas precauções.

Quais as razões que levam as pessoas a terem aranhas como animais de estimação? - são, possivelmente, uma ou ambas de duas:

 - Curiosidade. Para muitos, estes animais são misteriosos e quem tiver curiosidade em conhecê-los melhor, certamente, mais cedo ou mais tarde, irá querer mantê-los em cativeiro já que a maioria das espécies são muito difíceis de observar e acompanhar no campo.
- Poder. Sendo as aranhas animais temidos, muitas pessoas, mesmo de forma inconsciente, sentirão algum poder em ter e controlar uma grande ou perigosa aranha. É o mesmo que acontece com outros animais (cobras, cães, centopeias, etc.), algumas pessoas têm-nos por admiração, outras por exibição de poder.

A grande maioria das espécies que são mantidas como animais de estimação e também vendidas como tal, pertencem ao grupo dos Terafosomorfos, que na maioria das lojas de animais recebem o nome de "tarântulas" (para mais detalhes sobre este termo, consulte a secção "Classificação"). São espécies geralmente muito peludas e grandes. Por vezes podem comprar-se também viúvas-negras muito popularizadas em livros e programas televisivos. A aracnofilia tem aspectos muito positivos principalmente o facto de ajudar a desmistificar este grupo tão mal-afamado. É também uma boa forma de aprendizagem e de sensibilização relativamente às aranhas. Pode, no entanto, ter consequências ou aspectos negativos como sejam a captura desregrada de animais selvagens. Este facto fomenta o comércio e captura ilegais e já levou por várias vezes a que populações ou mesmo espécies de aranhas ficassem seriamente ameaçadas. O caso mais famoso foi o da chamada "tarântula-mexicana-de-joelhos-vermelhos" (Brachypelma smithi) que chegou a figurar na lista de animais em perigo de extinção. Hoje em dia, a criação de aranhas em cativeiro já permite evitar estas situações no entanto, é necessario que aracnofilistas e lojistas tenham a consciência e a sensibilidade para verificar e exigir os certificados de criação destes animais.

Outros aspectos a ter em conta são os relacionados com o comportamento e o bem-estar dos animais que se mantêm em cativeiro. Há que ter em consideração que não existem dois animais iguais, uns podem ser mais agressivos que outros, podem necessitar de cuidados diferentes. É obrigação do dono procurar as condições ideais para o animal que possui, observando o seu comportamento e nunca o colocando em situações de stress desnecessárias.

Algumas espécies têm, além do veneno, outras defesas activas como sejam os pêlos urticantes. É de evitar o contacto com estes pêlos que podem provocar situações muito complicadas.

7. Estudar aranhas

8. Bibliografia recomendada

 

Características

As aranhas são animais carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, como grilos e baratas. Muitas têm hábitos domiciliares e peridomiciliares. Apresentam o corpo dividido em cefalotórax e abdome. No cefalotórax articulam-se os quatro pares de patas, um par de pedipalpos e um par de quelíceras. Nas quelíceras estão os ferrões utilizados para inoculação do veneno.

Aranhas Peçonhentas

No Brasil existem três gêneros de aranhas de importância médica: Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus. Os acidentes causados por Lycosa (aranha-de-grama), bastante freqüentes e pelas caranguejeiras, muito temidas, são destituídos de maior importância.

Aspectos Clínicos

São três gêneros de importância médica no Brasil: Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus, responsáveis por quadros clínicos distintos.

Foneutrismo: os acidentes causados pela Phoneutria sp representam a forma de araneísmo mais comumente observada no país. Apresentam dor local intensa, freqüentemente imediata, edema discreto, eritema e sudorese local.

Loxoscelismo: são descritas duas variedades clínicas:

Forma Cutânea: é a mais comum, caracterizando-se pelo aparecimento de lesão inflamatória no ponto da picada, que evolui para necrose e ulceração.

Forma Cutâneo-Visceral: além de lesão cutânea, os pacientes evoluem com anemia, icterícia cutâneo-mucosa, hemoglobinúria. A insuficiência renal aguda é a complicação mais temida. O tratamento soroterápico está indicado nas duas formas clínicas do acidente por Loxosceles. Dependendo da evolução, outras medidas terapêuticas deverão ser tomadas.

Latrodectismo: quadro clínico caracterizado por dor local intensa, eventualmente irradiada. Alterações sistêmicas como sudorese, contraturas musculares, hipertensão arterial e choque são registradas.

Soros

O Soro Antiaracnídico é utilizado nos acidentes causados por aranhas dos gêneros Loxosceles e Phoneutria.

O Soro Antiloxocélico é utilizado nos acidentes causados por aranhas do gênero Loxosceles.

O Soro Antilatrodetico (importado da Argentina) é utilizado nos acidentes causados por aranhas do gênero Latrodectus.

Epidemiologia

São notificados anualmente cerca de 5.000 acidentes com aranhas no país. A predominância destas notificações são nas regiões Sul e Sudeste, dificultando uma análise mais abrangente do acidente em todo o país. Em face das informações disponíveis pode-se considerar:

Os acidentes por Phoneutria aumentam significativamente no início da estação fria (abril/maio), enquanto os casos de loxoscelismo sofrem incremento nos meses quentes do ano (outubro/março). Isso pode estar relacionado ao fato de que no Sul e Sudeste, as estações do ano são melhor definidas quando comparadas às demais regiões do país.

A maioria dos acidentes por Phoneutria foram notificados pelo estado de São Paulo. com respeito aos acidentes por Loxosceles, os registros provêm das regiões Sudeste e Sul, particularmente no estado do Paraná, onde se concentra a maior casuística de Loxoscelismo do país. A partir da década de 80, começaram a ser relatados acidentes por viúva-negra (Latrodectus) na Bahia e, mais recentemente, no Ceará.

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       Para se capturar aranhas, usamos um frasco de boca larga e colocamos sobre a aranha com cuidado para que ela não pule na nossa mão e com cuidado para não esmagar a aranha na beirada do frasco. Depois colocamos um papel de preferência grosso em baixo como mostra a figura e viramos o frasco para cima e tampamos, com o cuidado de quando forem aranhas muito rápidas, há o perigo dela subir para a boca do frasco fugindo ou causando algum acidente.         Deve-se sempre deixar pessoas experientes ou profissionais para a coleta de aranhas, para que não ocorra nenhum acidente.

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Lycosa

Possui peçonha proteolítica. Ação local, necrosante, cutânea, sem intoxicação geral alguma, seja do sistema nervoso ou circulatório. Conseqüentemente não há perigo de vida. Tratamento: soro antilicósico, pomadas antinflamatórias, antihistamicas e antibióticos e os acidentes por este gênero são destituídos de importância médico-sanitária.

Apresenta as seguintes espécies: L. erythrognatha, L. nychtemera, L. raptoria. Podem medir 3 cm (corpo) e 5 cm no tamanho total. São habitantes de gramados, pastos, junto à piscinas e nos jardins, possuem hábitos diurnos e noturnos.

Aranha de Jardim (Lycosa sp.)
Aranha de Jardim (Lycosa sp.)

Phoneutria

A peçonha das armadeiras é um complexo de diversas substâncias toxicas, agindo principalmente sobre o Sistema Nervoso Periférico e secundariamente sobre o S. N. Central. Produzem veneno potente, raramente ocasionam acidentes graves.

Apresentam as seguintes espécies: P. fera, P. keyserlingi, P. reidyi, P. negriventer. Podem medir 3 cm (corpo) e atingir até 15 cm no tamanho total. São habitantes de bananeiras, terrenos baldios, zonas rurais, junto às residências, possuem hábitos noturnos e abrigam-se durante o dia em locais escuros (roupas, sapatos, etc.).

Aranha armadeira (Phoneutria nigriventer.)
Aranha armadeira (Phoneutria nigriventer.)

Loxosceles

O Loxoscelismo passou a ser reconhecido no Brasil a partir de 1954. Produzem lesões cutâneas necrosantes por possuirem peçonha proteolítica e não são agressivas.

Apresentam as seguintes espécies: L. laete, L. gaucho, L. similis. Podem medir 1 cm (corpo) e atingir até 3 cm no tamanho total. São habitantes de folhas secas de palmeiras, nas cascas ou sob as mesmas, atrás de móveis, sótãos, garagens, etc., possuem hábitos noturnos. Produzem teia irregular revestindo o substrato.

Aranha marrom (Loxosceles sp.)
Aranha marrom (Loxosceles sp.)

Latrodectus

As Viúvas Negras fazem teia irregular. São aracnídeos que podem viver aglomeradas em grupos, porém não são aranhas sociais. Havendo falta de alimentos, pode ocorrer canibalismo (alimentam-se de membros da mesma espécie). Seu nome é originado do fato de o macho ser muitas vezes menor do que a fêmea e, na época de acasalamento, ele ter de ser muito veloz na cópula, pois se a fêmea o percebe por baixo de seu corpo, ele é invariavelmente ingerido como alimento. No Brasil, embora ocorram aranhas do género Latrodectus, o primeiro registro de acidente, com reconhecimento do animal causador, foi publicado em 1985, em Salvador, Bahia. Estas aranhas não são totalmente negras, mas vermelhas e negras; o que lhes deu o gracioso apelido futebolístico de "flamenguinhas".

Sua peçonha neurotóxica possui ação difusa sobre o S. N. Central, medula, nervos e músculos lisos. Geralmente, seu veneno é extremamente potente e mortal. Porém, a espécie brasileira não oferece perigo aos seres humanos; tanto que não se produz soro, no Brasil, para este tipo de acidente.

Apresenta a seguinte espécie: L. geometricus. Podem medir 1,5 cm (corpo) e atingir até 3 cm no tamanho total. São habitantes de zonas rurais, plantações, etc., possuem hábitos diurnos. Produzem teia irregular suspensa entre a vegetação.

Aranha marrom (Loxosceles sp.)
Viúva negra (Latrodectus sp.)

Caranguejeiras

São várias as espécies de aranhas que chamamos de caranguejeiras; porém, apesar de seu grande porte (podem chegar até 30 cm de envergadura), não oferecem perigo quanto ao seu veneno, que é pouco potente e causa dor local discreta. Está relacionada às aranhas de interesse médico porque os pelos que recobrem seu corpo em grande quantidade podem provocar alergias na pessoa que, eventualmente, entre em contato com ela. Esses pelos são liberados pelo animal quando, numa atitude defensiva, raspa as patas traseiras no dorso do abdome, soltando-os e formando uma espécie de "nuvem". Pequenos animais, como cachorros e gatos podem morrer por inalarem tais pelos, que provocarão edema do trato respiratório, matando-os por asfixia.

Caranguejeira
Caranguejeira

São encontradas em todos os tipos de ambientes: matas, praias, desertos etc. Não são agressivas, procurando fugir no primeiro momento de contato, assumindo uma postura defensiva, se continuar a ser molestada.

Aranhas de teia

As aranhas que conhecemos dos beirais de casas, varandas e matas, que fazem teias simétricas ou muito elaboradas, são aranhas sedentárias, ou seja, permanecem num só lugar para caçar. Seu veneno é tão pouco potente, que elas armam suas teias como armadilhas pegajosas para caçar. Algumas fazem e refazem suas teias todos os dias; outras, armam a teia e a utilizam várias vezes, remendando-a, até que tenham de construir outra nova. Todas as aranhas produzem fios de seda por meio deu uma estrutura de seu abdome, composta de glândulas sericígenas e as fiandeiras (muitas vezes confundidas com ferrões). Aquelas que fazem teias vistosas, absolutamente não têm interesse médico, pois seu veneno, como já foi dito, é muito pouco ativo para humanos.

As aranhas errantes (aquelas que vão em busca da presa) não fazem teia regular. Limitam-se a produzir fios de seda para forrar o ambiente onde vivem. Nem todas as aranhas que são errantes e não fazem teia regular são de interesse médico; porém, todas as de interesse médico são errantes.

A convivência com esses seres é inevitável pois existe cerca de 35000 espécies de aranhas em todo o mundo com exceção das regiões frias. Apesar de existirem em todos os ambientes, poucas são as espécies de causam danos ao homem. Todas produzem veneno e são peçonhentas, por ser indispensável ao seu modo carnívoro e também à digestão do alimento. Em alguns casos o veneno produzido é extremamente tóxico.

As aranhas estão classificadas na Classe Arachnida, cujos representantes conhecidos são, além delas, os escorpiões, os ácaros e carrapatos. A ordem na qual as aranhas se inserem é a Ordem Araneae. Os representantes dessa ordem apresentam o corpo divido em cafalotórax e abdome, tal como nos crustáceos.

Morfologia da Aranha

As aranhas possuem o cefalotórax unido ao abdome por um pedículo. Na região anterior do cefalotórax, estão oito olhos simples e alguns apêndices articulados. As quelíceras são estruturas adaptadas para a captura do alimento, e apresentam a extremidade em forma de garra, dotada de um orifício em que se abre a glândula do veneno. Outro par de apêndices são pedipalpos, úteis para triturar alimentos e, nos machos, para a deposição dos espermatozóides.

Morfologia Externa
Morfologia Externa da Aranha
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No corpo das aranhas, as patas articuladas são quatro pares, e não há antenas. Na porção mais posterior do corpo, abrem-se as fiandeiras, estruturas por onde saem os fios de seda e responsáveis por tecê-los, na formação das teias. A seda é produzida pelas glândulas sericígenas, localizadas no abdome. Ao ser exteriorizada, a seda solidifica-se ao contato com o ar. As teias servem como abrigo, proteção, local de acasalamento e armadilha para a captura de insetos e de outros animais, principal alimentação das aranhas.

Sistemas

O sistema digestivo é completo, e possuem hepatopâncreas. Muitas aranhas, ao inocularem o veneno na presa, inoculam também enzimas digestivas, que realizam digestão extracorporal. Após certo tempo, essas aranhas simplesmente sugam os tecidos do animal morto, já liquefeitos e parcialmente digeridos.

O sistema circulatório é aberto, e o sangue contém hemocianina. A respiração é traqueal, único sistema presente em aracnídeos pequenos. Nos maiores, como nos escorpiões e em muitas aranhas, há uma abertura ventral no abdome, que se comunica com os pulmões foliáceos. A estrutura interna desses órgãos assemelha-se a um livro com as folhas entreabertas, cujas lâminas delgadas são vascularizadas e permitem a ocorrência de trocas gasosas entre o sangue e o ar. Esse tipo especial de respiração pulmonar é chamada respiração filotraqueal.

A excreção é realizada por meio de tubos de Malpighi e, em aracnídeos maiores, pelas glândulas coxais, localizadas no cefalotórax. O produto de excreção nitrogenada mais importante, nesses animais, é a guanina.

Reprodução

As aranhas possuem sexos separados (dióicos), porém freqüentemente os machos são menores que as fêmeas, podendo distinguí-los que apresentam no ápice dos palpos.

Na época da reprodução, o macho tece um casulo de seda, no qual deposita uma gotícula com os espermatozóides; estes são tomados nas cavidades de seus palpos, para mais tarde serem introduzidos na cavidade genital da fêmea, onde ficam armazenados no receptáculo seminal. Após a fecundação, a fêmea deposita os ovos envolvendo-os com um casulo de seda denominado ooteca.

                                          IMAGEM DE ARANHAS

 

Vejam em detalhes como são os olhos e o olhar de uma aranha, sua forma e características que confundem suas presas. Percebam como algumas delas adaptam sua coloração e forma de acordo com o meio em que se encontram para caçar. Cada detalhe de cada imagem é incrível. Mas não se deixem enganar, todas elas estão vestidas para o jantar.

 

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Aranhas em imagens impressionantes